As ilhas que encontramos em Porcina

A ilha é uma extensão de terra firme cercada de água por todos os lados, costumam dizer os compêndios escolares. Ou também costumamos dizer que “fulano vive numa ilha”, quando queremos falar de alguém que gosta do isolamento, da solidão.

A poesia de Porcina Furtado abrange esses dois conceitos. Em seu livro de estreia, a autora sousense surpreende com uma poética lírica, madura, enxuta, musical e fortemente erótica em alguns momentos.

Do ponto de vista geográfico, a ilha de Porcina Furtado é cercada por três cursos de rios, que desaguam em sua poesia. No primeiro, o leitor tem a chance de conhecer a poeta e seu eu-lírico, uma “vinha em flor”, como anuncia no primeiro poema do livro, a falar de ruas, de lua, de tempos e de amores.

O segundo traz as águas do erotismo e é impressionante como a poesia erótica de Porcina se realiza e se afirma em diálogo com o outro, com o corpo masculino. Além de tudo é sinestésica, nos fazendo sentir os cheiros e a excitação em sua poesia. No terceiro, o eu-lírico se fecha mais em seu mundo, em suas filhas, em suas ilhas particulares.

Leiam Porcina Furtado! E se achem, poeticamente, em sua “Ilha Perdida”!

 

Linaldo Guedes

Editor

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