Sobre “Poememes”, de Marcelo Mourão

A poesia visual começou a chamar atenção da crítica no Brasil a partir do Modernismo, onde a influência das vanguardas europeias abriu os campos dos signos e significados da produção literária para muitos poetas. O Concretismo contribuiu para valorizar mais a poesia visual, principalmente por conta de suas ligações com as artes plásticas.

Marcelo Mourão já é um nome que vem consolidando sua poética na literatura contemporânea brasileira. Nesta obra, ele radicaliza conceitos e faz um livro todo com poesia visual: Poememes!

Ousado, o Marcelo Mourão! Mais do que isso, no entanto, revela-se um leitor do seu próprio tempo. Afinal, o que a arte, se não a capacidade de se reinventar e estar sempre se atualizando de acordo com as novas tendências que surgem? Em tempos de redes sociais, os memes dão o tom não só do humor, mas também da reflexão.

Em “Poememes”, Marcelo Mourão usa do pastiche, do poema-piada, do poema visual e de todas as formas de poesia que possam existir. E faz isso com talento, provocação, e, sobretudo, com muita qualidade literária. Sim, Marcelo Mourão praticamente inaugura uma nova forma de fazer poesia. E quem ganha é o leitor do século XXI.

 

Linaldo Guedes

Editor

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